Teatro Nô celebra 120 anos do Tratado Brasil-Japão e tem últimos ingressos disponíveis

Além do espetáculo de teatro Nô, haverá um workshop (Foto: Divulgação)

Para marcar as comemorações pelos 120 anos do Tratado de Amizade, Comércio e Navegação Brasil-Japão, o Teatro Paulo Autran, no Sesc Pinheiros, abre as portas ao público, hoje e amanhã, às 21 horas, para uma apresentação de teatro Nô e Kyoguen, gêneros artísticos nipônicos que remontam às raízes da cultura e serão apresentados em programação dupla, por um grupo formado por 14 artistas, atores e músicos, pertencentes a várias escolas e estilos.
Interessados em assistir ao espetáculo devem correr, já que as vendas online estão esgotadas. Porém, na bilheteria ainda restam ingressos. O Teatro fica na rua Paes Leme, 195. Tel: (11) 3095-9400.
Uma das manifestações teatrais mais antigas do Japão, o teatro Nô, que mescla técnicas de canto, dança, poesia e música de forma refinada e simbólica, geralmente tem temas inspirados da literatura clássica ou passagens da história. Reconhecido em 2001 pela Unesco como Patrimônio Cultural Intangível da Humanidade, o Nô conta com uma série de apresentações, mas um dos dramas mais conhecidos é “Funa-Benkei”, justamente a peça que compõe o programa a ser apresentado na oportunidade.
Escrita por Kanze Kojiro Nobumitsu, a peça é apresentada em duas partes, sob os títulos “Tristeza de Shizuka” e “Luta contra o fantasma”. Na primeira, os irmãos Yoshitsune e Yoritomo, do clã Guenji, vencem a guerra contra o clã Heike. Porém, por conta de um boato mentiroso, Yoritomo acredita que o irmão o esteja traindo. Por isso, Yoshitsune foge numa via-gem perigosa, que o obriga a separar-se de sua mulher, Shizuka. No trajeto da fuga marítima, desenvolvida na segunda parte, Yoshitsune é atacado pelo fantasma de Taira no Tomomori, samurai da família Heike morto pelo próprio Yoshitsune. Ao final, o fantasma vencido desaparece no branco das espumas das ondas.
Já o Kyoguen, desenvolvido durante o período Muromachi (1337–1573), diverge do Nô ao explorar contos da tradição popular japonesa e temas do cotidiano de pessoas comuns.
Tradicionalmente, o gênero traz como persona-gem principal um serviçal, chamado Taro Kaja, em en-redos que evocam um humor delicado e divertido. O Kyoguen costuma revelar os defeitos do ser humano, como intrigas entre marido e mulher, além de conflitos entre patrões e empregados. Este último é o caso de “Ne-Onguioku”, que completa o programa comemorativo. A narrativa, de autoria desconhecida, traz o personagem Taro Kaja cantando sob o efeito do álcool quando é convidado por seu patrão a cantar na sua frente. O serviçal não gosta nada da ideia e inventa desculpas para não atender ao pedido.
Nas duas categorias artísticas, há quatro categorias de atores: o shite (ator principal), o waki (ator coadjuvante), o hayashi (músico) e o ator kyoguen. O shite é o único que atua com máscara e desempenha vários papéis. Podem ser guerreiros, os espíritos destes guerreiros, mulheres, deuses ou demônios.
O ator waki apoia o shite e não usa máscara. Podem fazer o papel de sacerdotes, monges ou um samurai, mas sempre são personagens reais, que vivem. Já a orquestra de Nô (hayashi) é formada de quatro instrumentos musicais: tamboril pequeno (kotsuzumi), de som grave; que contrasta com o tamboril grande (otsuzumi ou okawa), de som agudo e quase metálico; uma flauta de bambu (nôkan) e um tambor de baquetas (taiko). E o coro (jiuta), composto de seis a dez elementos.
No segundo dia do espetáculo, às 17 horas, haverá um workshop para profissionais e estudantes de teatro e dança, que proporá uma imersão pelas técnicas de expressão do Nô e do Kyoguen, com apresentação dos instrumentos musicais e da expressão vocal. A aula será ministrada pelo ator Wakebayashi Michiharu, com tradução consecutiva. Inscrições na Central de Atendimento (3º andar) do Sesc Pinheiros. O valor é R$ 10,00 e há vagas.

Login

Bem vindo! Entre na sua conta

Lembrar de mim Esqueceu sua senha?

Lost Password