Templo é oficializado como Patrimônio Histórico e monge recebe título de ‘Cidadão Honorário’

Templo budista foi erguido em 1973 (Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil)

Como parte das celebrações pelos 120 anos do Tratado de Amizade, Comércio e Navegação Brasil-Japão, o Templo Shin Budista Terra Pura, que fica entre as quadras 315 e 316 da Asa Sul, em Brasília, foi oficializado como Patrimônio Histórico-Cultural daquela cidade. A oficialização se deu durante uma cerimônia religiosa e cívica ocorrida na tarde do último domingo, quando foram homenageados os pioneiros que ajudaram a construir e firmar o templo como centro de divulgação da sabedoria budista na capital federal.

Ao todo, 20 pessoas foram homenageadas, entre elas, Kyoto Kahi (in memoriam), um dos responsáveis pela construção do local, representado na ocasião pela filha Hiloka Kahi Mizuno. Em 1958, o patriarca da família Kahi entrou em contato com o então presidente do Brasil, Juscelino Kubitschek, solicitando a concessão de uma área no Plano Piloto para a construção do templo.

Durante o ato religioso também foi celebrado os 70 anos do fim da Segunda Guerra Mundial e as boas relações diplomáticas entre Brasil e Japão. Apesar de a cerimônia ter ocorrido somente agora, o tombamento do templo deu-se em dezembro do ano passado, quando o fato foi publicação no Diário Oficial do Distrito Federal. A partir daí, o templo passou a ser protegido contra modificações na obra original, que inclui o sino Bonshô e o campanário, além dos pórticos da entrada e das laterais.

A carta que garante estas prerrogativas para a edificação foi entregue, durante a cerimônia de domingo, por Ione Carvalho, subsecretaria de Patrimônio Cultural da Secretaria de Cultura do Distrito Federal. “Em nome do governador Rodrigo Rollemberg e do secretário de Cultura, Guilherme Reis, concedo a justa homenagem a todos que colaboraram com a manutenção do templo”, afirmou ela.

A homenagem foi comemorada pelo monge Sato, residente desde 1988 e que comanda o templo há 17 anos. Para ele, o reconhecimento é “uma prova de que a luz de Buda é para todos”. “O templo merecia essa homenagem porque tem uma construção muito bonita e cuja arquitetura remete bastante a cultura japonesa. Além disso, o templo, que já completou 42 anos, tem sua história totalmente ligada à construção da capital Brasília. Essa homenagem não deixa também de ser um marco importante para apontar o futuro de uma cidade ecumênica”, diz.

Vale lembrar que a chegada dos primeiros imigrantes japoneses a Brasília aconteceu a convite do  presidente Juscelino Kubitschek, há 55 anos. Ao contrário de outros estados, os imigrantes não vieram do Japão, mas de outras localidades brasileiras, sendo grande parte de São Paulo, aportando em Brasília para trabalhar nos campos. “A chegada a Brasília seu deu porque o presidente Juscelino via na mão de obra japonesa a chance de completar a dieta dos moradores de Brasília com legumes, verduras e frutas. Ele considerava os japoneses os únicos com a experiência necessária para isso”, afirma ele, que hoje, às 20 horas, será  reconhecido pelo trabalho social exercido. Em cerimônia no templo, Sato receberá o título de Cidadão Honorário de Brasília.

Continua…(impresso)

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