Satélite brasileiro redesenhado por professor nikkei é lançado no Japão

Tikami (centro) e alunos do projeto (Foto: Divulgação)

Um satélite construído por estudantes do ensino fundamental da Escola Municipal Presidente Tancredo de Almeida Neves (ETEC), em Ubatuba, no litoral Norte de São Paulo, foi lançado, no final da última semana, no Centro Espacial Tanegashima, em território japonês, com transmissão ao vivo pela Jaxa (Agência Espacial do Japão). Os alunos participantes acompanharam o lançamento da sede do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), em São José dos Campos.

A nave japonesa, chamada Kounotori (cegonha), decolou acoplada a um foguetão H-IIB, e levou, além do satélite brasileiro, baterias e água potável para os astronautas que vivem na Estação Espacial Internacional. Dentro do satélite nacional há duas cargas: uma carrega um gravador chip com a mensagem da escola que será transmitida em órbita “Aprender no presente é construir o futuro”; a outra leva um experimento do Inpe para estudar as chamadas bolhas de plasma da atmosfera, fenômeno ionosférico que compromete a captação de sinais de satélite e antenas parabólicas em países localizados na linha do Equador.

Chamado de UbatubaSat, a expectativa é que nanossatélite seja final-mente liberado no espaço no próximo dia 19 e, a partir do dia 21, já esteja na órbita operacional esperada. A liberação final será feita por um lançador especial de nanossatélites montado no laboratório japonês Kibo.

Se tudo der certo, o satélite será o primeiro total-mente desenvolvido no Brasil a funcionar em órbita, de onde poderá registrar a distância de sondas espaciais, detectar a formação de bolhas no es-paço e também fazer contato com radioamadores e transmitir mensagens que foram gravadas por estudantes.

Realizado em parceria com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais e a Agência Espacial Brasileira (AEB) – que arcou com os custos dos testes e do voo do satélite para estação espacial, além de incluir os alunos no programa Satélites Universitários, criado para fomentar o desenvolvimento de satélites no Brasil -, a ideia do projeto surgiu quando, em 2010, o professor de matemática Cândido Moura descobriu que uma empresa americana criou uma tecnologia para desenvolver foguetes de baixo custo e estava vendendo kits de montagem de microssatélites, com o preço de 8 mil dólares. Cândido, então, levou o desafio para a sala de aula e logo o projeto recebeu o apoio do Inpe, que encarregou um de seus pesquisadores, o nikkei Auro Tikami, para redesenhar totalmente o equipamento, dentro do seu trabalho de mestrado.

Continua… (impresso)

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