Renomado arquiteto Haruyoshi Ono morre no Rio de Janeiro

Arquiteto era discípulo de Burle Marx (Foto: Divulgação)

Considerado um dos mais importantes arquitetos paisagistas do Brasil, Haruyoshi Ono, morreu no último domingo, no Hospital São Lucas, em Copacabana, Zona Sul do Rio de Janeiro. Informações dão conta que o falecimento se deu por uma hemorragia intracrâniana.

Discípulo e parceiro criativo do também arquiteto, paisagista e artista plástico Roberto Burle Marx, falecido em 1994, o nikkei começou a trabalhar no escritório de seu mestre como estagiário, em 1965 e em 1968, logo ao se formar na Faculdade Nacional de Arquitetura da Universidade do Brasil, passou de aprendiz a sócio. A partir daí, participou de projetos importantes do mobiliário urbano carioca, como o Mu-seu do Amanhã; a revitalização da Marina da Glória; e a Vila dos Atletas, construída especialmente para as Olimpíadas do Rio de Janeiro, realizada no ano passado.

Também têm obras em outras cidades e países, como uma área de 300 mil metros quadrados do Eixo Monumental, em Brasília; a Praça da Revolução, em Rio Branco, no Acre; e um retrofit do Parque Kuala Lumpur City Centre, na Malásia.

O arquiteto trabalhou junto com Burle Marx a partir da década de 60 e sem-pre atuou na área de criação dos projetos. Depois da morte do mestre, se tor-nou o titular do escritório e deu continuidade à criação e elaboração de projetos em espaços públicos, comerciais e particulares, tanto no Brasil como no exterior. Assim como Burle Marx, ele também se interessou pela arte do mosaico, sendo de sua autoria diversos painéis já executados em residências e condomínios particulares, bem como em centros empresariais.

O falecimento foi comunicado no Facebook do Burle Marx Escritório de Paisagismo. “É com tristeza e saudade que comunicamos o falecimento do nosso querido Haru. Haruyoshi Ono dedicou mais de 50 anos ao Escritório, tendo sido parceiro criativo de Roberto Burle Marx por mais de 30 anos, desenvolvendo projetos de renome no Brasil e exterior. Seus filhos, Isabela Ono e Julio Ono, a arquiteta e esposa Fátima Gomes, e seu sócio, Gustavo Leivas; que trabalham com ele há mais de 20 anos, permanecem à frente dos projetos e do acervo paisagístico, dando continuidade ao seu legado”, diz a nota.

Em entrevista recente, o nikkei definiu sua relação com a vegetação. “São elementos vivos que são indispensáveis à minha pessoa, ao meu trabalho. Os elementos me usam e me fazem trabalhar para eles, criando as plantas, tratando bem, aguando e podando. E as uso também. O retorno dessa relação é a beleza que elas te dão, visualmente, tocando no nosso sentimento. Considero que, assim co-mo é uma sensação agradável chegar num canteiro de temperos e retirar umas folhas para o preparo de comida, sempre penso que estou tirando um pedaço da planta para meu uso, para que ela rebrote e re-juvenesça”, disse.

Apesar de ter pouca relação com os avós japoneses, o arquiteto matinha contato com a cultura nipônica através do seu pai, que trabalhava numa loja de importação e exportação de mantimentos e objetos daquele país. Além disso, dentro de casa os costumes, a alimentação e a linguagem foram sempre preservadas. Já na adolescência o contato foi ainda maior, pois o pai passou a trabalhar na Embaixada do Japão.

Continua… (Impresso)

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