A crise econômica que se abate no Brasil não poderia ter dado outro resultado se não a queda de produção de veículos.
A Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores) divulgou ontem o pior resultado desde 2006.
Nos primeiros seis meses do ano, a produção de veículos no Brasil caiu 18,5%, com montagem de 1.276.638 unidades.
A queda foi generalizada, tanto em carros de passeio como em picapes, furgões, ônibus e caminhões.
A produção baixa é um reflexo da queda de vendas, que atingiram 20,7%, de acordo com a Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores).
Entre janeiro e junho, foram emplacados 1.318. 985 veículos, o pior resultado desde 2007, quando foram vendidas 1.082.257.
Devido ao resultado, a Fenabrave decidiu revisar para baixo, pela segunda vez, as projeções de vendas no ano. No começo do ano, a previsão era de 10% de queda nas vendas sobre 2014. Em maio, o pessimismo subiu para 18,9% e agora passa para 23,9%, com estimativa de 2.662. 857 no total de emplacados, 834 mil a menos do que no ano passado.
Os cenários ruins são acompanhados com preocupação pelos milhares de trabalhadores de fábricas de automóveis, grande parte afastados por férias coletivas, licença ou lay-off, quando há suspensão de contrato.
De acordo com o presidente da Anfavea, Luiz Moan Yabiku Jr., 36,9 mil trabalhadores ou 27% da força de trabalho estão afastados.
Mesmo com a parada de fábricas, os estoques de carros continuam altos nos pátios e lojas. Por isso, vários esforços são feitos para o consumidor.