Nikkeis apontam ‘desejo por mudança’ e erro na forma de campanha por não eleição

Políticos nikkeis não tiveram êxito com os eleitores (Foto: Divulgação)

O que aconteceu? Essa é uma das perguntas mais ouvidas dentro da comunidade nipo-brasileira nos últimos dias, após quase a totalidade dos políticos tradicionais nikkeis não conseguirem a reeleição para o próximo mandato, além das grandes apostas não atingirem a votação esperada. Em busca de explicações, o São Paulo Shimbun falou com quatro envolvidos no pleito.

O deputado federal Junji Abe (MDB), que agradeceu os 21.510 votos recebidos, levantou uma série de aspectos que influenciaram na votação. Além do “siste-ma político definhado”, com a presença de mais de 30 partidos, o que, segundo ele, prejudica qualquer campanha, o deputado apontou a polarização nos extremos como outra dificuldade. “A grande maioria dos políticos nikkeis são de Centro, que foi pulverizado nessa eleição, com essa polarização grande que ocorreu”, alega.

Abe lembrou ainda que está provado que só a feição japonesa já não é garantia de voto entre os nikkeis, como era no passado, e que o auxílio à comunidade por parte dos deputados não tem apresentado uma reciprocidade, apesar de deixar claro que a ajuda não tem essa motivação. “Vejo a cúpula das entidades muito agradecida pela ajuda que nós políticos damos através de emen-das ou atendendo solicita-ões, porém, esse agrade-cimento não desce para as bases”, afirma ele, dando um exemplo. “Na eleição de 2014, cheguei a repassar emendas de quase R$ 150 mil para as celebrações do centenário da imigração japonesa em Registro. Apesar de todo o agradecimento por parte da comunidade, ao abrir as urnas, tive 16 votos na cidade”.

Abe também cobrou uma sensibilidade maior por parte da Sociedade Brasileira de Cultura Japonesa e de Assistência Social (Bunkyo) para a realização de seminários que façam os jovens nikkeis ficaram mais “ligados” com a importância da política.

Já para o deputado Walter Ihoshi (PSD), que visitou o São Paulo Shimbun e agradeceu os 66.428 votos recebidos, os políticos tradicionais, no geral, foram “varridos pelo desejo de mudança e o tsunami Bolsonaro”. Ainda de acordo com ele, o novo es-tilo de campanha teve grande influência. “O radicalismo dominou essa eleição e acabamos engolidos por ele, com grande ajuda das redes sociais”, diz.

Continua…(Impresso)

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