Kirin se aproxima de deixar o país
Nada é falado oficialmente pela empresa, porém, com um prejuízo no Brasil de R$ 4,23 bilhões até setembro do ano passado, o grupo japonês Kirin está com os dias contados no país.
Segundo informações do mercado, o grupo mantém negociações avançadas com a Heineken e deve anunciar a venda da Brasil Kirin ainda em fevereiro deste ano.
Não há informações sobre os valores da transação, entretanto, a quantia ficará bem abaixo do gasto pelos japoneses para comprar a Schincariol. Em agosto de 2011, a Kirin adquiriu 50,45% da empresa, por R$ 3,95 bilhões, dando origem à Brasil Kirin. Em novembro do mesmo ano, comprou os outros 49,55%, nas mãos da família Schincariol, por US$ 1,4 bilhão (R$ 2,33 bilhões).
A Schincariol, com sede em Itú (SP), era a segunda maior cervejaria do país há seis anos, com 10% de participação, atrás da Ambev, e foi avaliada, na época, em R$ 8 bilhões.
Diante disso, o grupo japonês tinha a perspectiva de obter um retorno de R$ 2,5 bilhões até 2015, mas não foi o que aconteceu e a companhia só acumulou prejuízos.
Apesar da quase certa aquisição permitir à companhia holandesa um aumento superior a 50% de sua capacidade de produção no país, a transação pode levar ao corte de 40% dos funcionários da Brasil Kirin, que possui aproximadamente 11 mil funcionários.
Em comunicado oficial, a Brasil Kirin disse que, no plano de negócios para 2016 a 2018, o grupo “pretende reforçar a posição competitiva da empresa, concentrando-se em suas áreas fortes e alcançando um crescimento mais sustentável”.