Japão anuncia oficialmente o fim do embargo às carnes brasileiras

Autoridades dos dois países fecham acordo (Foto: Divulgação/MAPA

O anúncio era para ser feito com a presença da presidente Dilma Rousseff, porém, diante do cancelamento da viagem àquele país, foi oficializado, no final da tarde da última sexta-feira, o fim do embargo japonês aos produtos cárneos termoprocessados (cortes submetidos a trata-mento com o uso de calor) brasileiros.

A confirmação encerra as duras negociações iniciadas em 2012, resultante da notificação de um caso atípico de encefalopatia espongiforme bovina, conhecida popularmente como “doença da vaca louca”. Com o Japão, o Brasil recuperou todos os países que haviam deixado de importar as carnes nacionais após o caso. Antes, os mercados da China e da Arábia Saudita já haviam revogado a medida.

A reabertura foi anunciada durante reunião entre a secretária de Relações Internacionais do Agronegócio do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abas-tecimento (Mapa), Tatiana Palermo, e o vice-ministro para Assuntos Internacionais do Ministério da Agricultura, Florestas e Pesca do Japão, Hiromitsu Matushima. No encontro, também foram apresentados, ao chefe do Serviço Veterinário Oficial japonês, Toshiro Kawashima, os modelos de Certificado Sanitário Internacional, que deverão amparar as ex-portações dos produtos brasileiros.

“Agora são 100% dos embargos suspensos à carne bovina brasileira no mundo. Confiança e credibilidade são a nossa marca”, celebrou a ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Kátia Abreu, que esteve no Japão em julho deste ano para negociar a ampliação do mercado japonês para os pro-dutos do agronegócio brasileiro.

Com a decisão, o Brasil poderá exportar vários pro-dutos de origem bovina, suína, ovina e caprina, co-mo carne cozida congelada, conservas, extrato de car-ne, vísceras cozidas e embutidos. A conclusão das negociações entre os dois ministérios da Agricultura só foi possível após um parecer favorável do Ministério da Saúde, Trabalho e Bem-Estar do Japão, atestando a inocuidade dos produtos cárneos brasileiros em relação às encefalopatias espongiformes transmissíveis.

Essa analise será válida, também, para as negociações, já em andamento, de abertura do mercado japonês para a carne bovina in natura brasileira.

Ainda segundo o Mapa, uma missão sanitária japonesa iniciou ontem uma vi-sita a duas plantas em São Paulo e uma no Rio Grande do Sul de produtores de carne bovina termoprocessada, a fim de liberar as exportações. De acordo com a secretaria de Defesa Agropecuária, os técnicos do Ministério da Agricultura, Floresta e Pesca do Japão, que ficam por aqui até sexta, vêm avaliar os controles brasileiros de produção e certificação.

Isso porque, para abertura efetiva do mercado é necessária à definição dos requisitos sanitários de produção e modelos de certificados sanitários internacionais a serem utilizados pelos dois países para, em se-guida, assinar o acordo.

O Japão é um mercado considerado premium e, por isso, muito cobiçado para exportação. Para se ter uma ideia, o país importou, em 2014, 250 mil toneladas de produtos termoprocessados de carne bovina, suína, ovina e caprina, no valor de US$ 1,159 bilhão. Antes do embargo, o Brasil chegou a exportar para Japão 1,55 mil toneladas de carne bovina termoprocessada e extrato, no valor de US$ 8,6 milhões.

Continua…(impresso)

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