Clima de montanha, arquitetura e as belas paisagens. Esses são alguns dos ingredientes que fazem de Campos do Jordão uma das cidades mais visitadas do Estado de São Paulo no inverno. A chamada “Suíça brasileira”, porém, será dominada pela cultura nipônica.

Acontece hoje e amanhã, das 9 às 16 horas, e se estende pelos próximos quatro fins de semanas, a 47ª edição da Festa da Cerejeira. Realizada pelo Recanto de Repouso Sakura Home, da Beneficência Nipo-Brasileira de São Paulo (Enkyo), a festa tem o intuito de unir e transmitir a cultura japonesa às novas gerações, ao mesmo tempo em que arrecada fundos para o pleno funcionamento das atividades da Casa, que atende japoneses e descendentes, idosos ou não, que precisam de cuidados específicos e prolongados.

“Está praticamente tudo pronto para o evento. Os últimos detalhes foram acertados hoje (ontem) e agora é só esperar a visita das pessoas. Temos um clima bem agradável e, por isso, estamos aguardando um público de pelo menos três mil pessoas por dia”, comenta a responsável pela festa e gerente do Recanto, Luciane Mariko Hara, em entrevista ao São Paulo Shimbun.

Como nos anos anteriores, a programação traz barracas com delícias da culinária japonesa, como bentô, sushi, tempurá, além de truta na chapa, udon e o tradicional yakissoba. Todo esse cardápio é feito por senhoras voluntárias de associações nikkeis da região, que se juntam a comerciantes participantes. Atrações culturais também são destaque em todos os dias da festa. No palco, diversos grupos folclóricos nipônicos se apresentam, mostrando um pouco das danças típicas, do taikô e das músicas. A cerimônia do chá, por sua vez, já virou tradição no evento, mas será realizada somente em um dos domingo, no dia 26, das 10 às 15 horas.

Durante a festa, o público também pode adquirir lembranças e produtos tradicionais de Campos do Jordão como artesanatos, roupas de lã e outras souvenirs. Atrações à parte, o grande destaque fica mesmo por conta das cerejeiras, que colorem a paisagem do Parque e o transformam em um cenário perfeito para o registro de fotografias. Atualmente, o parque abriga, segundo a gerente, mais de 600 pés de cerejeira.

“Plantamos mais alguns nos últimos tempos, de diferentes espécies, assim fica difícil de saber ao certo a quantidade, mas já passamos de 600, sem dúvida”, afirma ela, confirmando que, para esse primeiro final de semana, as pessoas que visitarem o local já poderão ver algumas flores. “Tem flores sim, mas estamos prevendo que, esse ano, o pico da florada será na primeira semana de agosto, ou seja, na segunda semana da festa”.

Os primeiros pés de cerejeira de Campos do Jordão vieram do Japão e foram plantados em 1936, por ocasião da inauguração do Sanatório Dojinkai. Eram da variedade “Takasago” e se adaptaram bem ao clima. Em 1937, para comemorar a fundação da Colônia Lageado, o Dr. Shizue Hosoe enviou dez mudas das variedades Taizan, Botan e Amazonas, plantadas pelos colonos da região, sendo Campos do Jordão a única região de todo o Brasil onde as cerejeiras do Japão floresceram efetivamente. Posteriormente foi introduzida a variedade Okinawa.

A festa, então, foi instituída oficialmente em 1968, pelo então prefeito em exercício, Arakaki Masakasu e, desde então, está atraindo, ano após ano, cada vez mais turistas de todas as regiões do Brasil, principalmente os japoneses e seus descendentes, saudosos do espetáculo da florada do Sakura.

O evento acontece na av. Tassaburo Yamaguchi, 2173, Vila Albertina, Campos do Jordão. O ingresso está à venda no local e o preço é R$ 10. Idosos acima de 60 anos e estudantes com carteirinha pagam meia-entrada. Mais informações podem ser obtidas pelo tel: (12) 3662-2911.