São Bernardo do Campo completa 462 anos na quinta-feira. Mas o que era para ser apenas sinônimo de festa é também de preocupação.

Com a crise que assola o Brasil, montadoras instaladas na cidade decidiram parar a produção nesta semana, aproveitando o feriado de aniversário. Volkswagen, Ford e Scania deixam 13 mil trabalhadores em casa. Enquanto a alemã libera cerca de 8 mil trabalhadores, a Ford mantém 3 mil afastados. Já a Scania interrompe a produção apenas na emenda do feriado municipal, com retorno no dia 24. Por lá, cerca de 2 mil trabalhadores irão descansar.

Outra montadora que deixa funcionários em casa, um total de 7 mil, é a Mercedes-Benz, que tinha intenção de demitir a partir de 1º de setembro.
Um acordo, porém, revogou a decisão. Os metalúrgicos aceitaram ter o salário reduzido como propõe o Programa de Proteção ao Emprego, criado pelo governo para conter a crise.

A Mercedes-Benz alega que tem um excedente de 2 mil trabalhadores e que já esgotou as medidas de flexibilização de emprego, como férias coletivas. Cerca de 7 mil trabalhadores de um total de 10 mil estão em licença remunerada até o dia 21. Outros 500 operários foram demitidos recentemente.

E ontem, houve uma reunião de negociação entre a General Motors e o Sindicato dos Metalúrgicos. Em pauta, a manutenção dos 798 empregos, medida defendida pelos empregados e abolida pela montadora, que afirmou não aceitar a suspensão das demissões e o pagamento de 1 salário a mais e verbas rescisórias. As negociações porém devem continuar. A fábrica da GM em São José dos Campos está em greve.