Desembargadores do Tribunal de Justiça de São Paulo decidiram ontem aumentar em dois anos e oito meses a pena de Mizael Bispo de Souza, condenado em 2013 a 20 anos de prisão pela morte da ex-namorada, Mércia Nakashima. Cabe recurso nas instâncias superiores.

O aumento da pena ocorreu durante o julgamento de recursos do caso, entre eles, um pedido da defesa para a anulação do júri popular que condenou o ex-policial militar. No julgamento, os defensores de Mizael pediam para o TJ anular o júri por entenderem que a decisão dos jurados foi contrária às provas, e ocorreu cerceamento de defesa, parcialidade do juiz Leandro Jorge Bittencourt Cano e do promotor do caso, Rodrigo Merli Antunes, além de problemas nos laudos periciais.

Principal suspeito do crime, Mizael foi considerado culpado, em agosto de 2015, por homicídio doloso qualificado por motivo torpe, meio cruel e recurso que dificultou a defesa da vítima. Atualmente cumprindo pena em regime fechado na Penitenciária de Tremembé, no Vale do Paraíba, ele sempre negou ter sido o autor do crime.

Mércia Nakashima desapareceu em 23 de maio de 2010, após deixar a casa de familiares em Guarulhos. O corpo dela foi encontrado numa represa em Nazaré Paulista no dia 11 de junho, um dia depois de seu carro ter sido localizado pelos bombeiros submerso no mesmo local.

Outra apelação do mesmo caso permanece parada na 12ª Câmara, sem previ-são de julgamento. Trata-se do recurso feito pelos advogados do vigia Evandro Bezerra Silva. O homem foi condenado a 18 anos e oito meses de prisão por ajudar Mizael no assassinato da nikkei.