Suicídios resultam em palestras em tradicional colégio paulistano e psicóloga alerta para sinais

Há pouco mais de um mês três suicídios de estudantes de tradicionais escolas de São Paulo levantaram o alerta para o ato mais comum no Japão.  Lá, no ano passado, 21.321 casos de suicídio foram registrados, de acordo com o Ministério da Saúde, Trabalho e Bem-Estar Social.

Aqui, dos três casos noticiados no mês de abril, só dois foram reconheci-dos como suicídio pelo colégio, no caso o tradicional Bandeirantes.  Com fama de reunir “crânios” e com rigor na educação, o colégio decidiu abrir o assunto com pais e alunos junto com uma profissional.

“O Bandeirantes tomou um posicionamento muito corajoso, ao assumir que as mortes foram por suicídio. Fui chamada logo depois e foram seis palestras, com 120 inscrições cada, todas preenchidas, com pais. Ainda não completei as intervenções com os alunos. Acredito que as palestras são uma forma de abrir espaço, acolher dúvidas, transformar dores, as vivências que se tornaram estressantes principalmente depois dos suicídios. As palestras propiciaram uma quebra de tabu que há muito deveria ter aconteci-do no Brasil e pudemos ser pioneiros nesta situação de conversar a respeito do suicídio, a compreensão, os sinais de alerta e as definições do acolhimento humano”, explicou Karina Fukumitsu, psicóloga e suicidologista, que responde pelo trabalho.

Com ampla experiência no assunto, até por questão pessoal – a mãe tentou suicídio por diversas vezes -, a nikkei afirma que o adolescente é vulnerável ao ato de tirar a própria vida e que dá sinais para isso. “O adolescente tem crise de identidade, pois não tem convicção como os adultos. (Daí) vem as más companhias, a Internet, o transtorno mental. É uma fase que merece atenção”, enfatiza.

A cobrança externa e a autocobrança, o isolamento nas relações humanas, o vício com o telefone celular, tablet e computador, a automutilação; são alguns fatores que devem ser observados com atenção pelos pais/responsáveis.
Sobre descendente de japonês, a psicóloga constata um exagero, muitas vezes, no perfeccionismo, “de se mostrar perfeito”, com uma “autocobrança exagerada”.

“Eu vejo que às vezes me exijo demais. Temos que trabalhar a tolerância, de não ser sempre per-feito e não mostrar reputação inatingível. E quanto aos filhos, o processo (de compreensão) começa pelos adultos, igual ao da máscara de oxigênio do avião. Aí sim, oferecer amparo, ajuda, essa é a função familiar. Quem não explode, implode”, alerta Karina Fukumitsu.

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