O haicai, tradicional poema japonês, divide espaço com imagens em uma exposição no Memorial da América Latina, em São Paulo.
“A Imagem e o Haicai” reúne obras de 48 artistas e de 30 poetas de vários países da América Latina e do Japão.
O pequeno verso de três linhas que somam 17 sílabas serviu de inspiração para os artistas criarem esculturas, técnicas mistas e instalação.
As obras estão expostas até esta sexta-feira, das 9 às 18 horas, no saguão da Biblioteca Latino Americana (portões 2 e 5). O Memorial fica na av. Auro Soares de Moura Andrade, 664, Barra Funda, ao lado da estação Barra Funda do Metrô.
Esta não é a primeira vez que a exposição de haicai é exposta no Memorial. Há dois anos, a idelizadora Altina Felício apresentou a mostra que une o que lhe fascina, a ligação entre a palavra e imagem.
Para a construção das pinturas e esculturas, os artistas tiveram que ler os haicais e traduzir as sensações e sentimentos nas telas. Portanto, o resultado não é uma ilustração do poema, mas a imagem visual expressada a partir do haicai.
A curadoria é de Carlos Bueno, que selecionou os haicais de poetas japone-ses e latino-americanos.
O haicai, que chegou ao Brasil no início do século 20, tem origem no tanka, um tipo de poema curto, que significa “instante ou expressão poética”. Originalmente, a forma poética do haicai tem como características a brevidade e a síntese.
No Brasil, o grupo Grêmio Haicai Ipê é um dos difusores da arte.