Caos no Espírito Santo faz associação nikkei cancelar aulas e dispensar funcionários

Exército e Força Nacional tenta conter a violência (Foto: Divulgação)

A falta de policiamento no Espírito Santo, devido uma greve da Policia Militar iniciada no sábado, causou uma onda de assaltos, ar-rastões e tiroteios, desde o fim de semana, o que levou os capixabas, principalmente moradores da capital Vitória, a evitarem sair às ruas na última segunda-feira.

O problema afetou também os nipo-brasileiros que moram na localidade. Em entrevista ao São Paulo Shimbun, o presidente da Associação Nikkei de Vitória, Hideki Nakamura, confirmou o caos foi instalado no estado. “Nunca vi nada igual. Ontem, Vitória parecia uma cidade fantasma. Ninguém saiu na rua por puro medo. Na Associação, cancelamos as atividades e uma aula de japonês que teria na segunda-feira a noite, além de dispensar os funcionários”, comenta ele, lembrando que pelo menos 100 famílias nikkeis ou japonesas são filiadas a Associação e moram na localidade.

Segundo um levanta-mento parcial, ao menos 75 homicídios foram registrados desde sábado em todo o Estado do Espírito Santo. Apenas na segunda-feira, 37 pessoas morreram. No Departamento Médico Legal, em Vitória, ainda há corpos espalhados pelos corredores da instituição por falta de es-paço e de pessoal para a realização das autópsias.

Não há previsão da volta as ruas dos PMs, que rei-vindicam aumento nos salários, pagamento de benefícios e adicionais e criticam as más condições de trabalho. Como os PMs não podem fazer greve, as famílias foram para a frente dos batalhões para impedir a saída das viaturas policiais. O bloqueio começou no sábado e atinge a Grande Vitória e cidades como Linhares, Aracruz, Colatina, Cachoeiro de Itapemirim e Piúma.

“No começo as pessoas não se deram conta da real situação, porém, começaram a aparecer os vídeos de violência e a ocorrer diversos saques nas lojas e arrastões. Foi somente nesse momento que todos se deram conta da real situação, que é muito grave”, comenta o presidente.

O comércio segue fechado e não tem previsão de reabrir, em uma espécie de feriado forçado. Sem vender e também diante da série de saques, os comerciantes locais já começam a estimar os pre-juízos. Segundo o presidente da Federação do Comércio do Espírito Santo, José Lino Sepulcri, as perdas estimada pela entidade ultrapassam R$ 4,5 milhões na Grande Vitória. Desse valor, cerca de R$ 500 mil são referentes aos estragos nas instalações e aos saques de mercado-rias, e os outros R$ 4 milhões dizem respeito à per-da de faturamento bruto das empresas.

A boa notícia é que, desde ontem, homens do Exército passaram a ocupar as ruas da Grande Vitória, cumprindo determinação do governo federal, que aceitou pedido de ajuda do governo do Espírito Santos. Os ônibus de transporte urbano também voltaram a circular. O serviço não operava desde as 16 horas da segunda.

Continua…(impresso)

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