O vereador Aurélio Nomura (PSDB), que votou contra o reajuste do salário dos vereadores – aprovado no final do ano passado -, assinou uma declaração se comprometendo a de-volver, até 2020, o valor equivalente aos 26% de aumento, que alterou o salário dos parlamentares de R$ 15.031,76 para R$ 18.991,68.

A atitude, porém, só será possível se a Câmara conseguir reverter a sus-pensão do aumento aprovada pela Justiça paulista, atendendo ação popular. Na terça-feira, a Procuradoria da Câmara Municipal de São Paulo protocolou um recurso no Tribunal de Justiça de São Paulo para tentar manter o reajuste.

“As pessoas devem ter coerência em suas atitudes. Se fui contra o aumento de salário, por considerar que, diante da crise, não seria certo, é incabível e fora de senso aceitar es-se valor a mais. Como sou obrigado a aceitar, após estudar a melhor maneira, decidi que irei estornar a quantia referente aos 26% de aumento, todo mês, devolvendo o dinheiro para a Câmara”, explicou o vereador, que prefere não doar esse dinheiro, pois a atitude pode trazer problemas no futuro. “Achei melhor (a devolução), já que depois posso sofrer questionamentos sobre esse dinheiro ou as pessoas alegarão que estou fazendo política.”

De acordo com um levantamento feito pelo São Paulo Shimbun, a atitude do vereador trará uma economia de cerca de R$ 190 mil brutos em quatro anos (sem descontar a dedução do imposto de renda).

Nomura não será o único a devolver o aumento. A vereadora Janaina Lima (Novo) também garantiu que terá a mesma atitude, indo ainda mais longe, por-que afirma que desde o primeiro dia de mandato cortou em 50% a verba do gabinete e abriu mão do regime previdenciário especial, do carro e das demais verbas indenizatórias a que tem direito.

Continua… (impresso)