A novela que se tornou a liberação do visto para os nikkeis da 4ª geração, os yonseis, ganhou mais alguns capítulos e o final deve se estender mais do que esperado, apesar da pressa do governo japonês em suprir a escassez de mão de obra no país, devido ao envelhecimento populacional.

Se, antes, a comunidade estava em polvorosa, diante da notícia que a liberação poderia ocorrer ainda em novembro deste ano, prazo informado pelo deputado japonês Mikio Shimoji, quando veio ao Brasil e fez uma palestra no Bunkyo de São Paulo, novas informações de fontes do Ministério da Justiça do Japão dão conta que a liberação deve ocorrer em março de 2018.

Um dos motivos da demora foi a convocação das eleições antecipadas por parte do primeiro-ministro Shinzo Abe, o que paralisou o andamento de qual-quer projeto no Japão. Por outro lado, a vitória massacrante do grupo político do premiê trouxe alívio para a comunidade nipo-brasileira. O medo era que Abe, que abraçou a ideia do benefício aos yonseis, perdesse cadeiras no Parlamento e fosse obrigado a renunciar, com um novo nome, sem a mesma sensibilidade com a questão.

A eleição, por outro lado, quase trouxe outro prejuízo. O deputado Mikio Shimoji, um dos defensores mais ferrenhos da liberação do visto no Parlamento, não teve êxito em sua reeleição direta, porém, foi salvo pelos votos obtidos pelo partido e só assim conseguiu se manter no cargo.

Em entrevista ao São Paulo Shimbun, o advogado Masato Ninomiya, presidente do Centro de Informação e Apoio ao Trabalhador no Exterior (Ciate), e que vem acompanhando de perto a questão, diz não saber ao certo sobre quando ocorrerá a liberação, mas garante que as especulações em torno do mês de março do ano que vem “tem certo sentido”.

“Essa data é justamente quando acaba o ano fiscal do Japão e acredito que o governo quer resolver essa questão até lá. O importante é que a liberação já é questão consolidada e deve sair”, comentou ele

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