Nikkei é absolvido de todas as acusações

A Justiça de São Paulo absolveu dois manifestantes suspeitos de incitar a violência em atos contra a Copa do Mundo no ano passado, entre eles, Fábio Hideki Harano.
A decisão do juiz Marcelo Matias Pereira, proferida na sexta-feira, considera improcedente a ação penal e inocenta, além do estudante nikkei da Universidade de São Paulo, o professor de inglês Rafael Lusvarghi de todas as acusações que restavam contra eles: desobediência, incitação ao crime, associação criminosa e resistência.
Na ocasião, Hideki e Lusvarghi foram considerados os primeiros líderes black bloc identificados e presos pela polícia. Em um trecho da sentença, o magistrado afirma não ter sido demonstrado que os dois fossem black blocs, “até porque se trajavam de forma bem diversa do vestuário utilizado por esses”.
“Outrossim, ficou muito fácil para a polícia eleger duas pessoas para acusá-las da prática de atos de vandalismo, visualizando entre todos, dois que mais se destacavam; vale dizer, Fábio, com seu capacete, e Rafael, com seu estilo exótico, já que, no dia, utilizava uma saia escocesa”, diz outra parte do texto.
O juiz diz também que o fato de os réus terem conversado em certos momentos da manifestação não é suficiente para provar o crime de associação criminosa. A decisão ainda cita um vídeo gravado no momento da prisão do nikkei, no metrô Consolação, para refutar a acusação de desobediência, já que a imagem mostra que ele colaborou com a revista. Os réus já haviam sido absolvidos, em setembro de 2014, da acusação de porte de explosivos. Os objetos tratados como explosivos pela polícia eram uma garrafa com odor de gasolina e um frasco de fixador de tintas.

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