A criatividade do brasileiro vai longe, mesmo diante de uma crise. Na falta de combustível, uma rede de hamburgueria do Distrito Federal inovou e criou o “Cavalo Boy”.

“Eu e meu sócio tivemos a ideia ontem (quinta-feira) e pedimos para um amigo que tem um haras dois cavalos e dois cavaleiros. Resolvemos tirar uma foto diante da loja, como uma brincadeira em apoio à greve, e muita gente começou a perguntar se a entrega seria a cavalo. Fizemos então 20 entregas na loja de Planaltina, uma das três da nossa rede”, explicou Júnior Tadayoshi.

Segundo ele, em princípio, não havia intenção desse sistema delivery se repetir, mas, diante do sucesso e da repercussão na mídia, a ideia pode ser mantida. “Estamos bem vistos. Só uma publicação (na rede social) teve 2 mil curtidas (em um dia). Aqui em Brasília, não tem mais combustível. Se (a greve) não parar, amanhã (hoje) será por obrigação (usar cavalos). Daí vamos ter que alugar com o haras. Acho que vai ser R$ 50,00 por dia”, disse o nikkei, que justificou o não uso de bicicleta pela longa distância de entrega, cerca de 19km.

Em Planaltina, cavalga-da é comum, uma tradição, mas nunca até então havia surgido o “cavalo boy”.  Júnior Tadayoshi, que seguiu o ditado “do limão fazer uma limonada”, viu o nome de sua rede de hamburgueria explodir a partir de uma brincadeira e pensa em mais atrativos para a clientela. “É uma ideia (a competição de comer o maior hambúrguer) e sempre que abrimos uma loja damos 100 hambúrgueres de graça. Em 2 a-nos, estamos na 3ª loja”, contou ele, que tem um cavalo de competição mas nem pensa em transformá-lo “boy”. “Não é de cavalgada e fica em Formosa, que tem bloqueio (de caminhoneiros na estrada).”

Com funcionamento das 16 às 23 horas, as lojas 389 vendem delivery e balcão. De quinta-feira, por exemplo, dia que aconteceu o “cavalo boy”, 40 entregas foram realizadas, das quais 20 a cavalo. Geralmente, o número médio de pedidos é de 50. No final de semana, porém, a expectativa é de aumento.