Investidores japoneses estudam assumir sondas
Um grupo de investidores japoneses pode assumir a parte da Sete Brasil em quatro sondas para o pré-sal encomendadas ao estaleiro Enseada.
Segundo informações, dirigentes da Kawasaki, da Mitsubishi e da IHI Corporation já tiveram encontro com a presidente Dilma para tratar da negociação.
No encontro, realizado em 14 de maio, no Planalto, receberam a indicação para ir adiante. A proposta é liderada pela Kawasaki. Além das empresas japonesas, também faria parte do grupo o JBIC (Japan Bank for International Cooperation), ficando com a participação de 85% da Sete Brasil na encomenda. A Odebrecht Oil &Gas continuaria com os 15% restantes.
Essas quatro sondas – ao custo de US$ 800 milhões cada – haviam sido encomendadas pela sociedade ao estaleiro Enseada, que tem como sócios o grupo Odebrecht (com 35%), UTC e OAS (35%) e a Kawasaki (30%) e unidades no Rio de Janeiro e Bahia. Com o estaleiro sufocado pela dívida de R$ 1 bilhão da Sete Brasil, após as investigações da Operação Lava Jato, a sócia Kawasaki decidiu, então, convencer outros investidores no Japão para entrar no negócio. A “solução japonesa”, porém, não será replicada em outros contratos, ficando, portanto, restrita a essas sondas.
Criada em 2011 para a construção de parte das 29 sondas para a Petrobras explorar o pré-sal, a Sete Brasil tem como sócios bancos, fundos de pensão e a própria estatal do petróleo. O negócio contava com um financiamento de R$ 10 bilhões do BNDES, que, com a Lava Jato, decidiu segurar os recursos. A decisão mergulhou a Sete Brasil em dificuldades financeiras.
Na semana passada, ficou acertado que os sócios e credores vão injetar mais R$ 12 bilhões, na forma de financiamento, além de R$ 8,4 bilhões já aportados pelos sócios na empresa.