Imigração japonesa é discutida em evento no Senac de Piracicaba

A cidade de Piracicaba, no interior de São Paulo, recebe o evento “PiracuRtura”, promovido pelo Senac do município, de segunda (13) até quarta-feira (15), e que tem como principal objetivo fomentar e destacar o cenário cultural da localidade, apontando a influência dos povos migrantes na vida da comunidade local.
Os japoneses, último grupo de imigrantes que desembarcaram em Piracicaba, estarão no centro das discussões. De acordo com a programação, no último dia do evento, às 20h30, está marcado um bate-papo entre a doutora em geografia pela Universidade Federal Paulista, Maria Dalva de Souza, que possui pesquisa acadêmica sobre o tema, e o administrador de empresas e atual vereador da cidade, Pedro Motoitiro Kawai, cujos avós, provenientes da província de Okayama, chegaram a Piracicaba em 1963, vindos de Presidente Prudente.
Vale lembrar que Carlos Botelho, médico piracicaba-no e então Secretário da Agricultura do Estado de São Paulo foi quem outorgou a lei para a entrada de imigrantes japoneses no Brasil, no ano de 1907. Em Piracicaba, os japoneses só chegaram em 7 de setembro de 1918, graças à Moraes Barros, médico e político piracicabano, proprietário de uma fazenda, no bairro de Ártemis, que, ao fazer uma viagem ao Japão, se impressionou com a disciplina e o esforço do povo japonês.
Através das negociações com uma companhia de imigração, contratou 40 famílias para sua fazenda. O contrato, que excluía velhos e doentes, exigia que a família tivesse pelos menos três integrantes em condições de trabalho. Ao final do contrato, muitos imigrantes japoneses puderam comprar suas terras ou se mudar para a cidade, estabelecendo um comércio ligado à venda de produtos agrícolas.
Na cidade, as famílias japonesas deixaram suas marcas registradas em diversos pontos, como a Praça Takaki e a Estação da Paulista, no bairro onde re-side a maioria de seus descendentes. Estima-se que hoje existam na cidade cerca de 250 famílias de descendentes de japoneses.
Além de discutir a imigração, o evento também contará com um pouco da tradicional cultura japonesa. No dia 14, o público poderá assistir, a partir das 20h15, uma apresentação do grupo de taikô Kyuryu Daiko. Criado no início de 2013, na própria cidade, o grupo tem esse nome em referência ao Rio Piracicaba. Em japonês, significa “local onde o peixe para, pois a correnteza é muito forte”.
Fora as atrações ligadas aos japoneses, o evento também conta, logo em sua abertura, com a palestra do jornalista e escritor Cecílio Elias Neto, autor do livro “Dicionário do Dialeto Caipiracicabano”, que será o tema abordado, às 19 horas. Em seguida, das 20 às 22 horas, será feita uma visita guiada apresentando os povos que imigraram para a região de Piracicaba, entre eles, o japonês.
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