Um dos mais conhecidos e rebeldes cineastas japoneses, Nagisa Oshima, será homenageado pelo Ministério da Cultura e os Centros Culturais Banco do Brasil do Rio de Janeiro e de São Paulo com uma mostra especial, como parte das celebrações pelos 120 anos do Tratado de Amizade, Comércio e Navegação Brasil e Japão. As sessões ocorrem até o dia 27 de julho no CCBB Rio de Janeiro, e de 29 de julho a 10 de agosto na capital paulista.

Com o apoio da Fundação Japão, o evento tem a intenção é fazer um panorama geral da carreira do diretor japonês, que morreu em 2013 deixando um legado de 23 longas metragens para o cinema, além de vários curtas-metragens e trabalhos para a televisão. A retrospectiva traz ao público brasileiro 12 filmes desse feroz defensor da liberdade de expressão e crítico do cinema comercial hollywoodiano.

A seleção inclui seu primeiro filme, “Uma Cidade de Amor e de Esperança”, de 1959, que raramente foi apresentado no país. Previsto para ser exibido no dia 26, às 19 horas, no Rio, e no dia 2 de agosto, às 18 horas, em São Paulo, o enredo fala do jovem Masao, que, após a morte de seu pai, decide largar a escola para sustentar sua família vendendo pombos. Mas, as aves são treinadas para sempre retornarem à sua casa. Um dia, Masao conhece Kyoko uma rica jovem que também cai em sua armadilha. Primeiro longa-metragem dirigido pelo japonês, o estilo do neorrealismo revela as diferenças entre as classes na sociedade japonesa.

A mostra conta, ainda, com a sua obra-prima – e que o levou a ficar famoso – “O Império dos Sentidos”, que pode ser visto hoje, no Rio, às 19 horas, e no dia 29, às 19h30, em São Paulo. Baseado em uma história real famosa no Japão, Sada Abe é uma ex-prostituta que acaba se envolvendo em um obsessivo caso com seu novo patrão. A relação dos dois se intensifica e seus jogos eróticos os levam a níveis perigosos. Considerado o maior sucesso comercial de Oshima, marca o início do uso de imagens de sexo explícito no cinema de arte.

Outro destaque é Império da Paixão, pelo qual foi premiado como Melhor Direção no Festival de Cannes. Em uma aldeia japonesa no final do século 19, Seki, junto com seu jovem amante, decide matar seu marido e jogá-lo dentro de um poço. Após alguns anos vivendo com esse segredo, o fantasma do marido ressurge e acompanhamos a decadência física e emocional do casal. A produção pode ser vista amanhã, às 16h30, no Rio, e dia 29, às 17 horas, em São Paulo.

Mais um filme que deve chamar a atenção é “Furyo: Em Nome da Honra”, com a presença no elenco dos astros David Bowie e Ryuichi Sakamoto. Na capital carioca, ele será exibido às 19 horas do dia 25, e em 1º de agosto, às 18 horas, em São Paulo. Em 1942, o oficial britânico Jack Celliers, prisioneiro dos japoneses em um campo de concentração na ilha de Java, inicia um conflito quando resolve não acatar as regras ditadas pelo Capitão Yonoi, um cruel comandante. Entre os prisioneiros, está o Coronel John Lawrence, um intérprete e apreciador da cultura japonesa que tenta acalmar os ânimos e parece entender ambos os lados. Quando o capitão se apaixona por Jack, as tensões no campo aumentam.

A mostra conta, ainda, com seus filmes que tem  como protagonistas personagens rebeldes ou criminosos – como em “O túmulo do sol” e “Prazeres da carne” – ou que tratam de violência e sexualidade – como em “Violência ao meio-dia” e “Duplo suicídio forçado: verão japonês”. Além desses, nos filmes “Canções lascivas do Japão” e “O regresso dos três bêbados”, o diretor experimenta cenas surreais. A lista é completa com “Juventude Desenfreada” e “Tabu”.

O CCBB-RJ fica na rua Primeiro de Março, 66, Centro. Informações pelo tel: (21) 3808-2020. Já em São Paulo o endereço é rua Álvares Penteado, 112 , Centro. Tel: (11) 3113-3651. Os ingressos custam R$ 4, a inteira e R$ 2, a meia-entrada. Programação: www.culturabancodobrasil.com.br.