Designer japonês fala sobre a Japan House e praça pode ser incorporada ao projeto

A tarefa árdua de renovar o olhar do mundo sobre o Japão, sem dúvida, é uma das mais difíceis que Kenya Hara já teve na vida, porém, um dos mais influentes designer japonês da atualidade e responsável por todo o conceito da Japan House, tanto em São Paulo, como em Los Angeles e Londres, não parece sentir essa responsabilidade.
Na manhã de ontem, em visita ao local em São Paulo onde espaço será inaugurado, em plena Avenida Paulista, ele falou sobre o andamento da implantação do projeto, que vem encontrado mais entraves burocráticos nos dois outros países do que no Brasil, algo não muito comum.
Esses problemas afetaram a intenção do Japão de inaugurar as três localidades ao mesmo tempo. Diante disso, São Paulo, de acordo com o responsável, “será a mais antecipada”, mesmo com o projeto sendo adiado em dois meses, fato considerado por ele como “dentro da expectativa”. A previsão inicial era março, porém, a inauguração ficou para maio. Já nos outros dois países, a Casa não tem uma data certa e abertura ocorrerá “ao longo de 2017”.
Outro contratempo citado por ele se refere ao alto custo de impostos alfandegários nos três países, o que tem dificultado o envio de objetos de mobília e livros que farão parte de uma biblioteca no local.
Hara também deu detalhes da programação cultural prevista para as unidades, confirmando que, anualmente, ocorrerão três grandes exposições japonesas. “Essas exposições serão itinerantes entre as três sedes. A ideia é que fiquem dois meses em cada localidade. Assim, teremos seis meses do ano com as sedes do Japan House ocupadas com mostras vindas diretamente do Japão. No restante do ano, teremos exposições de artistas do próprio país”, afirma ele, confirmando que as exposições passarão por um avaliação de uma banca de jurados, que darão o aval para entrar na Japan House. Ainda de acordo com ele, basicamente, as mostras vão explorar três temas: Tecnologia, Cultura e Tradição.
Já está definida também a exposição de abertura em São Paulo, que terá o tema “Bambu, tanto na sua forma artística como no seu uso na arquitetura, algo tradicional no Japão, com mais de 120 anos de existência. Um mês antes da abertura oficial da Japan House, porém, os responsáveis farão algumas prévias, entre elas, um concerto de artistas locais, no Ibirapuera, e ações pela cidade envolvendo o artista nipônico Makoto Azuma, conhecido mundialmente por transformar plantas naturais em obras de arte. Os locais e dias ainda não estão definidos.
Durante o encontro de ontem, o designer também respondeu a questões sobre o orçamento da Japan House. Como divulgado anteriormente pelo São Paulo Shimbun, a previsão de gastos até 2019 chega a R$ 30 milhões. Perguntado, Hara alegou que nem o atraso de dois meses provocou alterações nas quantias previstas e que “somente foram feitos remanejamentos”. Aparentemente incomodado ao falar do tema, ele também garantiu que, mesmo do Japão, tem feito questão de acompanhar de perto os gastos, afirmando que “o dinheiro dos impostos do povo japonês não será desperdiçado de nenhuma forma”.
Continua…(impresso)