Prefeitura pede desculpas a nikkeis ‘vítimas municipais’ da ditadura militar

Muito próximo de deixar a Prefeitura de São Paulo, o prefeito Fernando Haddad publicou, na última sexta-feira, um pedido oficial de desculpas, em nome da cidade, às vítimas das violações aos direitos humanos cometidas por agentes municipais durante a ditadura militar.
O pedido é uma resposta ao relatório da Comissão da Memória e Verdade da cidade. Após dois anos e três meses de trabalho, o grupo, formado em 2014, elaborou um relatório de 400 páginas que traz um histórico consolidado das violações aos direitos humanos praticadas no âmbito da administração municipal entre 1964 e 1988.
Dividido em seis partes, o documento apresenta uma lista com 36 recomendações ao Poder Executivo municipal, em diferentes áreas (educação, cultura, saúde, segurança, direitos humanos), com o intuito de fazer avançar o processo de reparação das vítimas da ditadura e a consolidação de instrumentos que cooperem no sentido de evitar que episódios parecidos venham a ocorrer.
De acordo com o relatório, entre 1969 e 1976, foram sepultados em quatro cemitérios do município de São Paulo, como indigentes, 47 opositores do regime assassinados pela repressão, entre eles, quatro dos oito nipo-brasileiros mortos pelo regime: Hiroaki Torigoe, Luiz Hirata, Massafumi Yoshinaga e Yoshitane Fujimori. Com a cooperação da Prefeitura, os corpos dos nikkeis e do restante das vítimas foram enterrados sem o conhecimento de suas famílias, sob nome falso e, às vezes, sem registro nos livros dos cemitérios, como forma deliberada de fazê-los sumir; 17 permanecem desaparecidos.

Continua… (no impresso)

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