São Paulo, Paraná e Ma-to Grosso do Sul, estados que contam com grande parte da comunidade nipo-brasileira, não serão os úni-cos a celebrar os 120 anos do Tratado de Amizade, Comércio e Navegação Brasil-Japão.

Assim como outros lo-cais – Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Rio de Janeiro -, já mencionados anteriormente pelo São Paulo Shimbun, no Espíri-to Santo, a data terá uma programação mais modes-ta, mas não passará em branco. Ao todo, serão dois eventos em alusão à data.

Um deles é uma apre-sentação inédita do grupo YUI. O show foi confirma-do para Vitória no dia 15 de junho, a partir das 19 horas, no Teatro Carlos Go-mes, o mais tradicional do Espírito Santo. A capaci-dade é para quase 500 pes-soas.

O grupo é formado por três instrumentistas japo-neses: Ko Kakinokihara (ko-to), Yoshimi Tujimoto (sha-kuhachi) e Chie Hanawa (Tsugaru Shamisen), que farão uma apresentação gratuita. “Esse será o nos-so principal evento em cele-bração ao aniversário das relações diplomáticas. Te-nho certeza que as pessoas vão adorar conhecer um pouco mais dessa vertente da cultura japonesa”, afir-ma o presidente da Asso-ciação Nikkei de Vitória, Hideki Nakamura, lembrando que tudo relacionado às celebrações está sendo coordenado pelo Consula-do Geral do Japão no Rio de Janeiro.
Dois dias antes, em 13 de junho, porém, será rea-lizado o “Torneio de Golfe Brasil-Japão”, no Clube Ca-pixaba. “Esse local tem uma ligação muito forte com a comunidade japone-sa do Estado. Na década de 80, os japoneses da Ka-wasaki Steel vieram cons-truir a Usina de Tubarão e compraram o terreno para fazer um clube de diverti-mento privativo, com gol-fe, tênis, beisebol e piscina para os trabalhadores da empresa e seus familiares. Com o tempo, eles doaram o espaço. Como forma de agradecimento e para dei-xar registrada a história, desde o ano passado, esta-mos realizando o torneio, que, este ano, faz parte das comemorações”, explica
Nakamura.

O evento é aberto para todos os jogadores e tem início a partir das 7h30. O clube fica na rua das Cra-vínias, s/nº, bairro Cascata.

Com a programação pronta para os 120 anos, a Associação Nikkei de Vitó-ria volta suas forças para o principal evento da entida-de, o “27º Festival da Culi-nária Japonesa”, que acon-tece sábado.
O evento surgiu com o objetivo de levantar verba para pagar impostos de taikôs doados pelo Japão, porém, ganhou forma e ho-je é realizado duas vezes por ano, em maio e outu-bro. “No início, o evento servia somente o yakissoba, mas evoluímos e, hoje, ofe-recemos diversos pratos, como sushi, tempurá, guio-za e sashimi”, conta o pre-sidente.
Os valores das comidas variam e toda a Associação se envolve com a prepara-ção do festival, desde a ar-rumação da quadra à pre-paração dos pratos.
O evento conta, ainda, com exposições de shodô, patchwork e de materiais de beisebol. Ao final da festividade, haverá um mo-mento para apresentação da dança tradicional Bon Odori. “O principal objetivo do festival é divulgar a cul-tura japonesa, para aproxi-mar a comunidade dos bra-sileiros. Hoje, o povo do Espírito Santo já está bem adaptado à nossa cultura, principalmente a culinária, tanto que já temos uma sé-rie de restaurantes japone-ses, principalmente em Vitória”, comenta.
A expectativa é que cer-ca de 1 mil pessoas partici-pem do Festival, que ocor-re, a partir das 18 horas, na rua João Nunes Coelho, 244. A entrada é gratuita.
No final do ano, parte da renda obtida com os fes-tivais é doada para entida-des carentes e a receita ge-rada também têm finan-ciado diversas atividades da Associação. Atualmen-te, de acordo com Naka-mura, a quantidade de fa-mílias japonesas está es-timada em 400. “Temos muitos jovens nikkeis que vêm para o Espírito Santo para trabalhar ou mesmo frequentar as universida-des federais, mas não são ligados à Associação, por isso, fica difícil ter um nú-mero exato”, diz.