Nikkei comanda ‘bloquinhos’ de Carnaval nas ruas da cidade de São Paulo

Takenobu e seus sócios no bloco Agrada Gregos (Foto: Divulgação)

Apontada por alguns como “túmulo do samba”, a cidade de São Paulo tem encontrado nos blocos de rua uma nova forma de entrar no espírito carnavalesco, uma verdadeira resposta ao chamado “Carnaval confinado” do Sambódromo e dos clubes.

Para se ter uma ideia, o número de bloquinhos vem crescendo ano a ano. Em 2017, estão previstos nada menos que 391 grupos, entre a última sexta-feira e o dia 5 de março, período oficial da folia no calendário da Prefeitura. A região da Sé recebe o maior número de blocos (119), seguida por Pinheiros (89). Como no ano passado, a festa nesses locais deve acabar às 20 e às 22 horas, respectivamente.

Chama a atenção que a criatividade não está ficando somente no quesito fantasia, mas também nas diferentes vertentes musicais, o que vem deixando a festa ainda mais democrática. Além dos blocos com músicas clássicas desta época do ano, há opções para todos os gostos, desde pagode, sertanejo, rock, pop, funk e até música eletrônica.
É o caso do Bloco Agrada Gregos, criado pela publicitária Nathalia Takenobu. “A ideia surgiu por acaso. Sempre viajava para o Rio de Janeiro para curtir os blocos, mas teve um ano que acabei não me programando bem e deixei tudo para última hora. Acabei sem opção e decidi ficar em São Paulo. Fui a alguns bloquinhos, até gostei, mas decidi criar um mais parecido com o meu estilo”, contou ela ao São Paulo Shimbun.

Dirigido mais para o público LGBT, o Agrada Gregos, que acontece neste sábado, das 16 às 22 horas, na rua Treze de Maio, espera repetir o sucesso do ano passado e conta com a presença de pelo menos 25 mil pessoas. “Como também sou DJ e sempre tive contato grande com esse público, via muitos reclamando que não gostavam de Carnaval. Por isso, nosso bloco conta mais com música pop, funk e os sucessos tocados nas rádios”, revelou ela, que colocará outro bloco na rua, dois dias depois.

No domingo, será a vez do Pinga Ni Mim, que acontece das 12 às 18 horas, com concentração na av. Hélio Pellegrino, próximo ao Parque do Ibirapuera. O bloco promete tocar 99% de sertanejo e 1% de músicas dedicadas ao axé carnavalesco.  “Esse já é voltado para o sertanejo, tocando desde músicas antigas do Leonardo até os sucessos de agora das duplas mulheres, como Simone e Simaria e Maiara e Maraisa. Nossa expectativa é atrair um grande público, assim como no Agrada Gregos”, disse ela, opinando sobre essa “explosão” do Carna-val de rua em São Paulo. “Vejo na verdade um crescimento gradativo. Do ano passado para este, o número de blocos cresceu 25%, praticamente o mesmo aumento em relação a 2015. Aos poucos está ganhando corpo, mas a minha intenção é que chegue um dia que os ‘gringos’ que pretendem vir ao País para curtir o Carnaval tenham dúvidas se vão para o Rio de Janeiro, Salvador ou São Paulo. Quero que a capital paulista vire um polo.”

Continua…(impresso)

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