Justiça condena três funcionários do Hopi Hari por morte de jovem nikkei

Nichimura tinha apenas 14 anos (Foto: Divulgação)

A Justiça condenou três funcionários do parque de diversões Hopi Hari, em Vinhedo, no interior de São Paulo, pela morte da estudante nikkei Gabriela Yukari Nichimura, em fevereiro de 2012.

De acordo com o Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, os réus receberam a sentença de dois anos e oito meses de prisão no processo por homicídio culposo, mas o juiz reverteu a pena para prestação de serviços à uma comunidade e pagamento de um salário mínimo para uma entidade social.

Segundo a nota oficial do TJ-SP, outros cinco funcionários foram absolvidos. “Os acusados foram denunciados porque se omitiram ao deixar de to-mar os cuidados para impedir a utilização da cadeira, desativada há mais de dez anos, que não possuía cinto de segurança e que havia apresentado problemas no colete de proteção no dia do incidente”, diz o texto da nota. No total, 12 pessoas são julgadas no processo. Em nota, o Hopi Hari informou que não comenta processos judiciais em andamento.

Vale lembrar que o processo foi desmembrado e a condenação publicada p-elo TJ-SP abrange apenas os funcionários que trabalhavam na operação e manutenção do brinquedo que a adolescente caiu. Os outros quatro réus são ex-diretores e o ex-presidente do parque Armando Pereira Filho, que havia sido excluí-do do julgamento, mas voltou ao processo após decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ). Eles não têm prazo para serem julgados, o que tem preocupado o Ministério Público, que teme a prescrição da pena. De acordo com uma tabela presente no artigo 109 do código penal, caso a pena por homicídio culposo seja mínima (de um ano), a ação prescreve em quatro anos. Ou seja, já teria perdido a validade. A punição máxi-ma para este tipo de crime é de três anos.

Para o promotor do caso, Rogério Sanches, a condenação dos funcionários foi justa e ele não deve recorrer da pena aplicada pelo magistrado. No entanto, o Ministério Público vai recorrer da absolvição de quatro funcionários, já que a inocência de um deles já havia sido constatada pela própria Promotoria no decorrer do processo.

A estudante nikkei morreu em fevereiro de 2012 após cair do brinquedo “La Tour Eiffel”. Nichimura morava em Iwata, no Japão, e passava férias com a família no Brasil. A atração na qual a garota estava era definida pelo parque como uma réplica do símbolo francês, um elevador de 69,5 metros de altura, com assentos que sobem a cinco metros por segundo.

Os visitantes ficavam parados por dois segundos na altura de um prédio com 23 andares e, em seguida, após tranco no assento, despencavam em queda livre. A nikkei morreu após cair de uma altura aproximada de 25 metros a uma velocidade de 90 km por hora. Ela se sentou em uma cadeira que estava desativada há dez anos. O laudo do Instituto Médico Legal (IML) apontou que a estudante sofreu politraumatismo ao cair do brinquedo. Já o laudo do Instituto de Criminalística de Campinas apontou falha humana no acidente.

Continua…(Impresso)

 

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