Uma das principais tradições da comunidade nipo-brasileira foi quebrada no ano passado, quando o Tanabata Matsuri de Ribeirão Preto, um dos principais do país, foi cancelado por falta de verba, deixando de ser realizado após 23 anos ininterruptos. Esse ano, porém, o cenário é outro. O evento está garantido e acontece amanhã, a partir das 19 horas; sábado e domingo, das 10 à meia-noite, no Morro do São Bento (Praça Alto do São Bento, S/N). A expectativa é pela presença de 65 mil pessoas.

No ano passado, a festa não foi realizada devido à dificuldade de captação de recurso por intermédio do Programa de Ação Cultural do Estado de São Paulo (Proac). O retorno se dá graças a uma grande mobilização, que teve início lo-go após o cancelamento. Diante do clamor popular, uma união foi estabelecida entra a Prefeitura, representada pela Secretaria Municipal da Cultura, a Câmara dos Vereadores, a iniciativa privada e a população.

Para evitar o problema anterior, ainda em fevereiro desse ano, uma reunião, no Palácio Rio Branco, entre o prefeito Duarte Nogueira (PSDB) e o presidente do Festival, Teruo Abe, acertou os primeiros detalhes do retorno do Tanabata. Na mesma reunião, Abe sugeriu ao chefe do Executivo auxílio para que o Festival fosse inserido no calendário cultural do município. Pouco mais de um mês de-pois, um Projeto de lei transformou o evento em patrimônio imaterial cultural. Com isso, o Tanabata ganhou a chancela governamental, o que facilitou a captação de verbas, já que os investidores tiveram mais segurança para anunciar e patrocinar. O sucesso foi tamanho que, pela primeira vez na história, o evento será realizado sem recursos da Prefeitura.

Solucionada a questão, o evento desse ano conta com mais de 100 atrações, entre elas, um dos mais premiados artistas do mangá, Fabio Shin, que mostrará seu trabalho e compartilhará seu know-how ministrando uma oficina. Haverá ainda oficinas gratuitas de culinária japonesa, origami, entre outras.

Teruo destaca que, para acompanhar a modernização do Japão, o Tanabata também vem se renovando. Uma prova disso é a divisão da programação em dois palcos – tradicional e jovem – feita pela primeira vez há quatro anos e mantida desde então por conta da aceitação do público.

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