Artista japonês preso na ditadura ganha exposição

O navio La Plata-Maru saiu de Nagazaki, no Japão, no dia 18 de agosto de 1934 e, quase dois meses depois, finalmente alcança o porto de Santos onde, enfim, uma série de imigrantes passaram a tentar uma vida melhor no País, entre eles, Hisamatsu Mitake (1916-2015), que será homenageado com uma exposição em Santo André, na Região do Grande ABC.

Preso após três anos no País, durante a ditadura de Getúlio Vargas – presidente que demonstrava afinidade com o nazifacismo e tinha uma política repressora -, até hoje não se sabe o real motivo da detenção. Acredita-se que Mitake não podia falar japonês e ele não sabia o português.

Porém, foi justamente na cadeia que o japonês pegou gosto pela pintura, graças a um companheiro de cela francês. É exatamente essa arte que pode ser vista na exposição, que tem curadoria da artista equatoriana Amanda Calero. Ela conheceu a história do imigrante japonês pela sobrinha de Mitake, que mostrou três obras do artista, contando um pouco sobre a vida do tio.

Ao todo, nove quadros do artista, que chegou a pintar peças para Porcelana Schmidt (resultado da mistura de quatro matérias primas básicas; Quartzo, Caulim, Feldspato e Argila, queimadas em altas temperaturas), estão expostas e primam pela paisagem, inclusive representando cafezais, que o imigrante japonês trabalhou enquanto jovem.

A exposição pode ser vi-sitada até o final do mês na av. Portugal, 141, 4º andar, em Santo André. A entrada é gratuita.

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