Casal imperial presencia protestos e celebra o Tratado de Amizade em cerimônia na Câmara

Príncipes Akishino e Kiko (esq.) ao lado Ota e Nishimori (Foto: Divulgação)

A crise política que atinge o Brasil, alimentada diariamente pelos partidos de oposição ao atual governo, pôde ser sentida de perto pelos príncipes Akishino e Kiko, em visita à Câmara dos Deputados.

Assim que o casal imperial surgiu na rampa do Congresso Nacional, em Brasília – penúltima parada antes do final de uma viagem de quase 10 dias pelo País -, manifestantes pró-impeachment que estão acampados no gramado da Câmara chamaram a atenção do príncipe, ao gritarem contra a presidente Dilma Rousseff.

Dentro da Casa, as autoridades japonesas se viram em meio a outro protesto, no mínimo, fora de hora, capitaneado por dois parlamentares, um do recém-criado partido Solidariedade e outro do PSDB. O caso ocorreu minutos depois do casal ser recebidos em uma encontro reservado, no Salão Negro, pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha, e sua esposa, Cláudia Cruz, além dos deputados nikkeis William Woo  (PV-SP), Keiko Ota (PSB-SP) e Luiz Nishimori (PR-PR).

Quando se dirigiam ao Plenário para participar de uma sessão solene em homenagem aos 120 anos, Akishino e Kiko foram abordado pelos deputados Fernando Francischini (SD-PR) e Vanderlei Macris (PSDB), que exibiram, a um príncipe nitidamente atônito, um cartaz em inglês com os dizeres: “Queremos o impeachment da presidente Dilma Rousseff, pois queremos que o Brasil se torne tão honrado quanto o Japão”.

Fernando Francischini é ex-secretário de Segurança Pública do Paraná e acaba de ser denunciado pelo Ministério Público pela repressão violenta da polícia paranaense a uma manifestação de professores em abril e que acabou com mais de 200 feridos. Ele também é da base aliada de Cunha, investigado pelo suposto recebimento de US$ 5 milhões em recursos desviados do escândalo de corrupção na Petrobras. O presidente da Câmara é alvo, ainda, de processo no Conselho de Ética da Câmara que apura se ele mentiu à CPI da Petrobras ao dizer que não possui contas bancárias fora do Brasil.
Questionado sobre a ocorrência, Cunha garantiu que o cenário não incomodou o príncipe japonês. De acordo com o parlamentar, os dois comentaram o protesto de forma descontraída. “É coisa da democracia. A mim não incomodou. Nem a ele. Depois que informei que a manifestação não era contra ele e que ficasse tranquilo, o príncipe riu”, disse.

Em entrevista ao São Paulo Shimbun, o deputado Luiz Nishimori, também membro de um partido oposicionista, classificou a atitude dos companheiros de “deselegante”.

“Não era algo necessário. Achei fora de propósito, mas são coisas que acontecem. Pelo menos o Japão não foi atingido na frase, mas, de certa forma, elogiado”, afirma ele, falando do encontro reservado que teve com Akishino. “Foi bem rápido e informal, mas o príncipe abordou as relações entre os países, enquanto o presidente Cunha garantiu ao membro da Família Imperial que a comunidade japonesa está bem representada na Câmara, graças aos deputados nikkeis.”

Continua…(impresso)

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