Noriaki Wada é o primeiro nikkei a assumir alto cargo na Marinha do Brasil

Noriaki Wada toma posse hoje como contra-almirante (Foto: Arquivo Pessoal)

Um nikkei passa a fazer história na Marinha do Brasil. Noriaki Wada assume hoje o cargo de contra-almirante, o terceiro posto mais importante da instituição. A promoção deu-se por decreto presidencial, após indicação do Alto Comando da Marinha e consideração do Ministério da Defesa. A posse acontece logo mais, no Palácio do Planalto, em Brasília. Como contra-almirante, Noriaki Wada irá liderar a Secretaria de Acompanhamento de Assuntos Estratégicos do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República. “Me sinto muito bem e muito feliz pela promo-ção. Agora, ser o primeiro nikkei (a assumir um alto cargo na Marinha) é um acaso. Isso não impacta tanto. (Hoje tem) uma geração de nikkeis muito forte (na Marinha) e que está muito bem na carreira. Por isso, o período sem almirante não vai acontecer mais”, afirmou o novo contra-almirante ao São Paulo Shimbun.

Seguidor da carreira do pai, Takashi Wada, que participou da Segunda Guerra Mundial como Primeiro-Tenente (Aviador Naval) da Marinha Imperial Japonesa, Noriaki Wada não é o único da família nas Forças Armadas (conta com um irmão na Marinha Mercante e no Exército) e acredita estar a mãe, Sumako Wada, “super feliz e orgulhosa” com o feito.

Na nova função, o contra-almirante Noriaki Wada deverá chefiar a Segurança Marítima Nacional, diretamente do Palácio do Planalto. Até então, respondia como capitão-de-mar-e-guerra, no posto de assessor do subchefe de Estratégia do Estado-Maior da Armada. Aos 55 anos, ele apresenta uma carreira ascendente na Marinha, com promoções a cada 2 anos, em média. Agora, como contra-almirante, fica no cargo por 4 anos e então deve passar por uma “seleção rigorosa” para a ascensão a vice-almirante e almirante de esquadra, o topo da carreira no Brasil. “Para almirante, (o funil) é mais estreito ainda. São 10 contra-almirantes,dos quais cinco são promovidos e só dois para almirante de esquadra.”

Mas até lá, muito trabalho o aguarda. E, na atualidade, um dos mais recentes foi a coordenação da visita da Esquadra de Treinamento da Força Marítima de Autodefesa do Japão. “Participei em grande parte da coordenação, em reuniões com o adido Toru Yamauchi. Em uma delas, um cônsul lembrou que durante a Copa do Mundo (o recolhimento de lixo feito por torcedores japoneses) causou um impacto positivo na mídia”, disse Wada, ao ser questionado sobre a mesma ação dos marinheiros japoneses nos portos brasileiros. A visita da Esquadra japonesa à América do Sul ocorre desde 1962 – em média a cada 5 anos – e, no Brasil, a última foi em 2008, no ano do centenário da imigração japonesa.

Apesar de bem menor frequência, o navio-escola da Marinha do Brasil “passa pelo Japão”, país com o qual é mantido “reuniões estratégicas”. Por 7 anos, Noriaki Wada comandou o navio-escola em Recife, contribuindo para a formação de marinheiros de carreira para a Marinha do Brasil. Para os aspirantes a marinheiros, o contra-almirante, que começou na carreira aos 25 anos, recomenda “muito empenho”. “É uma instituição muito boa para se trabalhar, que nos dá engrandecimento”, revela. Hoje, com familiares, amigos e autoridades, com destaque para o ministro do gabinete de Segurança Nacional, general José Elito Carvalho Siqueira, Noriaki Wada colhe os louros do trabalho e marca o nome na história da Marinha do Brasil. A conquista lembra a de Juniti Saito, na Aeronáutica, “exemplo a ser seguido”.

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